terça-feira, 13 de outubro de 2009

faminto

estavam os dois a vadiar pela rua. não sabiam onde ir. nog liga para alguém, uma mulher, que seja. depois dessa ligação está decidido, vamos para a casa dela.

lá chegando, idéias e fumaça flutuam pelo ar. e sob uma pálida luz amarela palavras descorrem das três bocas. idéias mirabolantes, planos e decepções são abordados. nog a conhece bem, eu não. eu o conheço bem, mas a ela não. isso começa a provocar um certo desconforto, um incomodo na garganta que por um tempo me impediu de falar.

até que então o pai dela chegou, simpático. isso não me tirou o desconforto. nog acabava-se de rir com ela, eu sorria amarelo. resolvi que aquilo era paranóia minha, precisava relaxar. voltava a rir aos poucos, descontraído.

eis que de repente o celular dela toca. mensagem!! ela larga o celular em cima da cama “mensagem do meu pai, volto já”. olho sério para nog “eu tenho uma má impressão disso”. nog parece muito a vontade “será que ela vai nos matar? hahahaha”. minha cabeça estava a mil. será que ela iria nos matar? será que seríamos abduzidos? será que poderia até acontecer algo legal? será??? nog ria-se muito da minha cara de nervoso e ria alto. parecia se divertir comigo.

ouço passos e uma onda elétrica percorre minha coluna. nog chega à porta com um sorriso largo, que é retribuído com um golpe de machado na cara. morte instantânea. logo em seguida é a minha vez e, sem gritar ou me mover, sou atingido no pescoço por aquele machado frio.

em minha agonia final, enquanto caio ao chão, agarro-me ao lençol da cama. estava com frio. percebo o celular dela em frente ao meu rosto, deve ter caído junto com o lençol. horrorizado eu leio o que dizia aquela mensagem antes de um segundo golpe do machado acabar com o meu frio.

“PRECISAMOS DE CARNE, FILHA”

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