segunda-feira, 26 de abril de 2010

fogo na orquestra

há uns tantos anos atrás. estava nog, perdido no tédio de mais uma sexta-feira morta. ainda era jovem e o tédio lhe inquietava. decidiu procurar o que fazer e logo soube de uma apresentação musical que estava para acontecer. apesar das terríveis atrações decidiu conferir. ao chegar ao local, seguido da fumaça de seu cigarro, pôde ouvir algumas pessoas comentando sobre uma banda que não estava no cartaz e iria iniciar a noite: oquestra dos bebuns, ou algo do tipo.

quando começaram a tocar, tudo improvisado, nog teve sua atenção chamada. os quatro cabras que em cima do palco bebiam faziam um som diferente e irreverente. tudo aquilo regado a "cachaça de mendigo". no que parecia o meio do show o vocalista declara que iam terminar de passar o som e começa realmente o show, pois lhes faltava um membro da banda, o outro guitarrista. pasmo, nog dedicou-lhes total atenção dali pra frente.

assim que o guitarrista se desfez de ausente o show propriamente dit começou e derramou-se mais uma enxurrada de bom e etílico som. o consumo de alcool tanto em cima quanto embaixo do palco era intenso. a cantoria seguia alcoolizada quando várias pessoas subiram para acompanhar a música por entre os músicos. infelizmente a organização do evento não parecia estar contente com aquilo e pediu para que se encerrasse o show. diante do pedido de umas tantas (mas não muitas) pessoas, que assim como nog, estavam hipnotizadas pela banda, não houve jeito senão deixá-los tocar mais uma música. o bafo que saía das bocas cantantes era tão carregado de alccol e havia se tornado combustível e quando o cantor embriagado, até meio sem jeito, ascendeu um cigarro o palco inteiro brilhou enquanto queimava em chamas. e até hoje queima na lembrança de nog um dos melhores shows que viu em sua vida.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

trecho do livro 'nog'

“Why trying to know anything about a place? The customs, the size, the weather, the people, the economy, the politics, the fish, the suntan techniques, the games, the swimming. It’s better to stay indoors and not mess around with useless experiences. A small room in a boarding house. Anonymous. Eat each meal at a plastic counter. Smitty’s will do. Do nothing, want nothing, if you feel like walking, walk; sleeping, sleep. Do you know how hard that is? No memories; if they start to intrude, invent them. Three is sufficient. I use only three. New York for adventure, beaches for relaxation, the octopus and Nog for speculation. No connections. Narrow all possibilities. Develop and love your limitations. No one knows you. Know no one. Natural rhythms, my dear. That’s the ticket”