sábado, 21 de novembro de 2009

relatos tristes de um banco de praça

numa praça qualquer de um lugar qualquer eu, um banco de praça, sigo a minha rotina diária, esperar. esperar por alguém que seja algo mais que rotina, que sinta o que sinto, a companhia soliária que só um banco de praça conhece. a companhia dos outros bancos não me vale nada. sinto apenas inveja do banco que fica debaixo da árvore. a sombra que se projeta sobre ele tornou-lhe o mais popular da praça. sempre existe alguém em seus braços. riem e cantam sobre o seu dorso de concreto. maldito. mas apesar disso também faço parte da rotina de algumas pessoas. e nem tudo é tão só na busca estacionária por alguém. algumas vezes no dia, não tantas quanto a do banco da sombra, posso deleitar-me com os glúteos quentes e suados de algum andante que cansado de correr pela vida, descansa alguns minutos no aconchego que eu possa oferecer. sinto o toque delicado de um leior distraído que roça levemente seus dedos em mim, com risinho no rosto, entre um capítulo e outro de um bom livro. envolvi me no calor de casais apaixonados, que sobre mim transbordaram doces palavras e sentimentos.

tive meus amores e desamores, dos quais hoje sobra-me apenas um. é amor e desamor, concomitantemente. é apenas ele que perdura em minha rotina depois de tantos e tantos anos. vejo-o passar pela praça durante tardes ensolaradas ou lindas manhãs. mas nunca se aproxima nessas ocasiões. percebo que ele olha pra mim demoradamente, mas não vem. é somente nas noites frias e chuvosas que ele vem a mim. chega sempre calado sob a chuva que cai. senta-se lentamente. e é nessa hora que ambos choramos, sem pudor algum, lágrimas perdidas em meio a um mar de gotas de chuva. não sei ao certo seu nome, ele quase nunca fala. acho que ele falou alguma vez. como é mesmo? acho que é... nog.

sábado, 14 de novembro de 2009

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uma vez nog me disse:

"muitas pessoas dizem que gostam de mim, mas nenhuma delas do jeito que eu gostaria que alguem gostasse"